Uma reunião em Paris, na manhã desta quinta-feira, deve ter selado a união entre as operadoras brasileiras Tim (telefonia) e GVT (banda larga e televisão).
Lá estavam Vincent Balloré, chairman e principal acionista do grupo Vivendi, dono da GVT, e Marco Patuano, CEO da Telecom Italia. O encontro foi noticiado por vários sites europeus, mas até este momento não se sabe o seu desfecho.
De concreto, mesmo, há uma nota oficial enviada pela Tim à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) confirmando as negociações. A nota é uma exigência legal, já que a operadora possui ações em bolsa. O documento, é claro, não entra em detalhes, mas estes circulam fartamente pela mídia internacional que cobre o setor de telecom. O site Tela Viva, por exemplo, fez um belo apanhado.
A fusão entre Tim e GVT vem sendo preparada há meses pelos bancos Bradesco, Citibank e o italiano Mediobanca. Mas as conversas foram apressadas depois que a Telefonica surpreendeu a todos com aquilo que, no mercado financeiro, se chama de “oferta hostil”: uma proposta não solicitada de R$ 20,1 bilhões para assumir imediatamente o controle da GVT. Acontece que há uma briga interna na Telecom Italia, onde a mesma Telefonica detém 8,3% das ações. E, para complicar as coisas, Balloré, o chefão da Vivendi, é também acionista do Mediobanca, que naturalmente tem interesse num acordo com os italianos.
Há um outro detalhe que dificulta a iniciativa dos espanhois. Passando a controlar a GVT, a Telefonica corre o risco de ver o negócio bloqueado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), já que a Vivo também atua nos segmentos de TV paga e banda larga fixa. Para a Tim, que hoje só opera com telefonia, esse risco inexiste.
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